Da próxima vez que você for a uma consulta ao dentista pode ser muito diferente do que você está acostumado.
As máscaras cirúrgicas darão lugar aos respiradores N95, a broca odontológica estará em silêncio e as revistas da sala de espera terão sumido.
Faz quatro décadas que a epidemia da Aids mudou a odontologia. Foi quando os dentistas passaram a usar luvas e óculos de proteção pela primeira vez. Agora, o novo coronavírus está desafiando o setor novamente a intensificar seus padrões de higienização.
Isso ocorre à medida que os pacientes iniciam o retorno aos cuidados de rotina em meio a uma pandemia global.
Paciente na consulta ao dentista – segurança garantida
Os dentistas são realmente ótimos no controle de infecções e estão preparados para garantir segurança a seus pacientes.
A Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA considera a odontologia um “risco muito alto” para a transmissão de coronavírus. Mesmo assim não existem registros de Covid-19 associados a ambientes odontológicos ou entre dentistas, de acordo com o CDC americano.
Em março, quando a pandemia começou a aumentar nos EUA, a maioria dos consultórios se limitava apenas ao atendimento de emergências.
Para estabelecer um “novo normal” à medida que os pacientes retornam, o CDC e o Departamento de Saúde Pública da Califórnia emitiram orientações em 3 e 7 de maio passado. Eles renovaram as rotinas, incluindo exames pré-atendimento, quais ferramentas usar e como o ar é filtrado dentro consultórios.
Porque os dentistas precisam adotar precauções extras
Sabe-se que o coronavírus se espalha por gotículas respiratórias emitidas quando uma pessoa infectada espirra, tosse ou fala.
No entanto, muitos procedimentos odontológicos padrão que utilizam instrumentos ultrassônicos podem causar aerossolização do vírus criando um spray contendo uma mistura de água, saliva e outros detritos, de acordo com o CDC.
Quando o coronavírus se torna aerossolizado, as grandes gotas que caem rapidamente no chão ou em outras superfícies podem ficar no ar por períodos mais longos.
Devido ao risco de aerossolização do vírus, o CDC recomenda a manutenção adequada dos sistemas de ventilação quando da reabertura dos consultórios odontológicos.
Uma medida simples é procurar abrir as janelas para promover a circulação de ar sempre que possível.
Para o caso de procedimentos que ocorra a geração de aerossóis, o CDC recomenda que os consultórios façam uso de filtros de ar portáteis HEPA.
Os filtros reduzem a contagem de partículas e filtram o ar na sala mais rapidamente.
Partículas em aerossol em suspensão no ar
Caso existam partículas aerossolizadas não filtradas, o que se deve fazer?
Nesse caso, o CDC recomenda que os funcionários aguardem 15 minutos após a saída do paciente da sala. Depois disso pode-se seguir os protocolos de desinfecção das superfícies.
Consulta ao dentista – Triagem prévia dos pacientes
É importante salientar da real necessidade que se faça uma triagem prévia dos pacientes antes do atendimento. Isso já foi salientado por nós aqui no blog Dentalis.
Essa triagem prévia pode ser feita através de contato telefônico antes do atendimento.
Na ligação os pacientes podem ser questionados se apresentaram sintomas relacionados à infecção
últimos 14 dias.
Bem como o qualquer contato com pessoas positivas para Covid-19.
Quando os pacientes chegam ao consultório do dentista, eles são examinados novamente com as mesmas perguntas e medida a temperatura.
Diante da suspeita do paciente ter uma infecção ativa por Covid-19, o atendimento odontológico deve ser suspenso.
Máscaras são sempre necessárias dentro do consultório tanto para funcionários como pacientes. Com exceção, é claro, quando o paciente estiver sendo atendido.
É importante o consultório dispor de máscaras faciais extras em caso de necessidade.
Recomenda-se também que as cadeiras na sala de espera estejam afastadas pelo menos 2 metros umas das outras. Importante também que as consultas sejam escalonadas afim de impedir aglomerações na sala de espera.
Recomendações extras durante o atendimento
Devido ao risco de aerossolização do vírus, alguns cuidados devem ser adotados.
É recomendável limitar o uso de certos instrumentos odontológicos.
Instrumentos como brocas ultrassônicas, ferramentas de polimento e a seringa de ar/água que possam misturar água com a saliva na boca aberta do paciente devem ser evitadas.
Para o caso de um atendimento de limpeza, como uma profilaxia dental, o que fazer?
Nesse caso, deve-se optar pelo uso de instrumentos manuais em vez do ultrassom, ou uma combinação de ambos.
Importante salientar que o uso de ferramentas manuais pode levar mais tempo, mas é igualmente eficaz.
Para outros procedimentos que requerem o uso de ferramentas ultrassônicas, os dentistas são aconselhados a usar um dique de borracha para isolar o dente. Nesse caso o dentista irá precisar do auxílio de um assistente. No procedimento, o dentista, equipado com EPI, incluindo máscara N95, executará o procedimento. Ao mesmo tempo, um assistente, similarmente protegido, se colocará ao lado do paciente, segurando um dispositivo de sucção de alta evacuação.
O canudo branco grande tem a capacidade de aspirar de 90% a 95% do jato de água que sai da boca do paciente.
Adotando todas as precauções, desde a triagem antes da consulta ao uso de EPI e cuidados no tratamento a segurança no atendimento estará assegurada. Com os devidos cuidados a consulta ao dentista a consulta ao dentista voltará a ser uma realidade para as pessoas que estavam afastadas dos consultórios por medo ou desinformação.
Conteúdo produzido por Dentalis
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